Galera, tudo bem com vocês?
Bom, enquanto não começo as minhas entrevistas, vou postar aqui algumas que vejo por aí. Desta vez, o Blog da Iphoto Editora, entrevistou um grande nome da fotografia, Manolo Rodriguez, fotógrafo autodidata com mais de 30 anos de profissão. Espero que vocês gostem do artido por que eu amei...beijos e abraços, até mais!!!
-
Primeiramente, como é ser um fotógrafo autodidata? Pelo fato de você ter se
esforçado a aprender as técnicas sozinho, quanto isso influenciou a sua
criatividade e seu estilo único?
- Eu
iniciei numa época onde a informação era muito difícil, não existiam cursos nem
livros disponíveis. Para ter uma informação de qualidade ia até a biblioteca
publica e lia de tudo, livros de arte, arquitetura, anatomia e revistas de
moda. Isso me abriu os olhos para o belo e realmente me despertou um censo
estético que aliado com técnica me ajudam muito. Hoje com a grande quantidade
de informação a disposição, vejo jovens telentos com uma qualidade que demorei
muitos anos em adquirir, creio que eu teria sido um fotógrafo muito melhor com
a internet no meu inicio.
- Como a
fotografia entrou na sua vida? Conte-nos um pouco da sua introdução, evolução e
trajetória no mundo fotográfico.
A
fotografia sempre fez parte das minhas brincadeiras desde criança. Nunca fui
bom em esportes, sempre gostei do mistério do cinema e da projeção de imagens.
Desmontava lanternas, caixas de papelão, óculos e negativos para fazer meu
ampliador, isso aos 8 anos de idade. Todos os olhos da minha adolescência foram
para a fotografia, direta ou indiretamente. Há 35 anos atrás para você ver uma
fotografia demorava mais de uma semana. Quando fui trabalhar na Colorama (maior
laboratório da América Latina) participei da grande mudança para o 24 horas,
uma revolução. Nesta fase encontrei grandes fotógrafos que me passaram muitas
dicas e com quem tive oportunidade de trabalhar, entre eles o Paulo Cougo, na
minha opinião o melhor fotógrafo de eventos do Brasil nos anos 80 e 90.
- Todo
trabalho artístico como a fotografia possui inspirações e influências. Em que
fotógrafos você se inspirou no início da sua carreira e em quais deles você se
espelha até hoje?
Tive
vários inspiradores, os primeiros foram: a fotógrafa francesa Dolores Santos
(Dessirre) ela usava um nome português desde que veio da frança. Era fotógrafa
de crianças com um olhar muito sensível e sabia o que queria. Outra grande fotógrafa
que me ajudou com seu estilo foi a Lair Leone Bernardoni, uma diva da
fotografia aqui de Balneário Camboriú, com fotos expostas nas melhores galerias
do mundo. Dela recebi a sensibilidade e compreendi como fotografar a mulher,
suas sutilezas e encantos. Logicamente o Paulo Cougo com sua técnica e
profissionalismo, cada noiva que fotografava virava obra de arte de uma maneira
clássica e esteticamente perfeita.
- Você já
trabalhou em quase todas as áreas da fotografia: fotos de casamento, books,
eventos, entre outros. Qual área você se identifica mais, sente mais prazer ao
fotografar e por quê?
Eu digo
sempre que eu gosto de fotografar gente, nas suas mais variadas facetas, mas
admito que o fotojornalismo clássico não me agrada, pois gosto de coisas belas
e o sofrimento humano me incomoda. A fotografia de estúdio, tanto book quanto
moda me realizam, pois tenho total controle inclusive sobre o modelo. Gosto
muito da fotografia de eventos principalmente de casamento, saber que estou
fazendo parte da história das pessoas é ótimo. Quando encontro casais que
fotografei a 10, 20 ou 30 anos , me abraçam como um amigo querido que não vêem
há muito tempo. Isso não tem preço!
-
Trabalhando em várias vertentes, qual a diferença na prática entre uma produção
em estúdio e ao ar livre? Quais são as dificuldades, as facilidades, a equipe,
a direção dos modelos? O que muda entre uma produção e outra?
Isso é
interessante, começo dizendo que o personagem “fotógrafo” não pode ser tímido,
a pessoa sim! A experiência conta muito! A fotografia em si é um desafio
diário, todos os trabalhos tem suas dificuldades. No estúdio, como já falei
anteriormente, controlo tudo, desde maquiagem até iluminação, quando fotografo
sou meio ditador. Todo trabalho deve ser executado da melhor maneira possível,
o cliente espera isso, e uma equipe afinada ajuda muito! Tenho a sorte de ter
um grupo de assistentes de primeira, todos jovens fotógrafos. Fazemos uma
troca, eu me atualizo e renovo constantemente e creio que eles aprendem um
pouco também.
Quando falamos em direção de modelos, gosto de incentivar os novos a verem livros de anatomia e a revistas de moda, assim entenderão o que fazer com seu modelo.
Quando falamos em direção de modelos, gosto de incentivar os novos a verem livros de anatomia e a revistas de moda, assim entenderão o que fazer com seu modelo.
- Em suas
produções, quais equipamentos você costuma usar (câmera, lente, flashes e
acessórios)? O que motivou você a escolher esses equipamentos?
Sou
bastante prático, não gosto de complicações. Faço meu trabalho com o que tiver
a mão. Gosto muito da Canon, mas já fui Nikomaníaco. Porém, por problemas de
manutenção do equipamento mudei e estou muito satisfeito. Hoje estou usando a
5D mark III mas minha maquina preferida é uma 40D, acho que tem as melhores
cores de pele até hoje. Quem faz a fotografia é o fotógrafo não a máquina.
Minha praticidade também se reflete nas lentes, sou adepto das objetivas
variáveis (zoom) mas sempre claras, uso também algumas fixas mas com moderação,
esse negocio de perder cenas importantes por que estava trocando de lente não
serve para mim. Como sou da geração dos ISOs baixos, gosto muito dos geradores
Atek para o estúdio, sua reciclagem é fantástica e a constância da luz me
agrada. Outra coisa que me agrada muito são os rádios flashs para off câmera,
coisa que domino bem e uso sempre.
- Vivendo
no mundo da fotografia há tantos anos, você já vivenciou várias evoluções em
questão de tecnologia e tendências. Qual foi impacto que você sentiu na mudança
da fotografia analógica para a digital?
Fui um
dos primeiros fotógrafos do Brasil a incorporar e acreditar no digital. Fui
chamado de louco, aventureiro e outras coisas, pois o digital não tinha
credibilidade nem qualidade em seu início. A fotografia digital acabou por
fazer o fotógrafo trabalhar mais, pois tivemos que aprender computação, edição
de imagens, controles de cor e os clientes querem cada vez mais cliques em seus
eventos. Tem fotógrafo fazendo 7000 cliques num casamento, o que é um absurdo.
E pior, tem iniciantes que usam a quantidade para compensar a qualidade.
Fazíamos uma média de 120 fotos por casamento nas décadas passadas e o cliente
pegava umas 100 fotos. Hoje fotografamos e tratamos umas 2000 fotos e o cliente
continua pegando uma média de 100 imagens. Nós profissionais estamos acabando
com o mercado. Temos que repensar isso!
- Sendo
um sucesso em tantas áreas da fotografia, você gostaria de adicionar outras áreas
ao seu currículo? Quais novas áreas você se interessa e por quê?
Gosto
muito de repassar o pouco que aprendi. Cursos e palestras são coisas que me
realizam. Já tendo formado da maneira certa muitos fotógrafos, posso dizer que
talvez um dia alguém escreva sobre mim como uma de suas influências.
- Com
mais de 5 mil casamentos e mais de 10 mil trabalhos realizados, além de também
ministrar cursos e workshops de fotografia. Com uma carreira tão bem sucedida,
quais são as suas dicas e sugestões para quem está começando na fotografia?
Sejam
éticos, esse é o melhor conselho. Durmam tranquilos, em paz! Hoje vivemos um
excesso de apertadores de botão. Quer se destacar? Estude, compartilhe suas
idéias, use referências, copie, mas não clone trabalhos de outros profissionais.
Procure pensar como um profissional, faça orçamentos honestos e pense primeiro
no cliente. O fotógrafo iniciante tem muita informação a sua disposição,
procure filtrar e procurar os verdadeiros “mestres” para seguir. Eles sim tem
bagagem e profissionalismo para passar.
Créditos: http://iphotoeditora.com.br/blog/

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